VP do WSOF diz que Toquinho devia se tratar e \\\"não pensar mais em lutar\\\"
Ali Abdel-Aziz afirma que peso-meio-médio brasileiro tem problemas e não garante seu retorno à organização: \\\"Não posso ter um cara tentando machucar as pessoas\\\"
O lutador brasileiro Rousimar "Toquinho" Palhares se encontra suspenso por tempo indeterminado tanto pelo World Series of Fighting (WSOF), evento pelo qual é contratado, e pela Comissão Atlética de Nevada (NAC, na sigla em inglês). Ele deve ser julgado pela NAC nos próximos meses para definir se receberá alguma punição pelas faltas cometidas em sua luta contra Jake Shields em 1º de agosto. Contudo, o vice-presidente executivo e matchmaker (responsável pelo casamento de lutas) do WSOF, Ali Abdel-Aziz, considera que, mesmo que Toquinho seja liberado para retornar aos cages imediatamente, o lutador deveria dar um tempo do MMA e pensar em sua saúde mental.
O dirigente parece seguir a linha que defende que Rousimar Toquinho entra "em transe" durante a luta e ignora os tapas de desistência de seus adversários, além dos árbitros tentando separá-lo de seu oponente após ele ter finalizado o combate. O atleta mineiro vem recebendo críticas por segurar posições de finalização por mais tempo que o necessário desde que competia somente no jiu-jítsu, e foi suspenso após fazê-lo novamente contra Shields em sua última luta, além de cutucões nos olhos que, segundo Toquinho, foram inadvertidos.
- Palhares fez isso a si mesmo. Ele fez isso a si mesmo e continua fazendo. Acho que ele não deveria pensar em lutar mais. Ele deveria pensar sobre seu bem estar. Ele deveria pensar em seu estado mental. O cara precisa de ajuda. Não sei que tipo de ajuda ele precisa, mas ele precisa de muita ajuda - afirmou Abdel-Aziz ao podcast "The MMA Hour", do site "MMA Fighting".
O vice-presidente do WSOF reiterou o sentimento de muitos de que, fora do cage, Toquinho é uma pessoa, mas, dentro, é outra. No MMA internacional, o brasileiro foi suspenso pelo UFC em 2010 por segurar uma finalização por tempo demais contra Thomasz Drwal, e cortado pela companhia em 2013 ao repetir o feito contra Mike Pierce. "Queimado" por Dana White, presidente do Ultimate, o atleta da Team Nogueira recebeu nova chance no World Series, onde continuou levantado polêmica em suas vitórias sobre Steve Carl e Jon Fitch. Foi a finalização contra Jake Shields, em que Toquinho recebeu inúmeros tapas nas costas de Shields e do árbitro Steve Mazzagatti pedindo para que ele soltasse, que resultou na suspensão. Abdel-Aziz sentiu sua confiança traída.
- Eu arrisquei meu pescoço e fui esmagado, porque fui eu que o contratei, e ele não me orgulhou. Sua equipe precisa se reunir e falar, tipo, "Escuta, como vamos consertar a vida deste cara?" Nem estou preocupado com ele lutar no World Series of Fighting de novo. Ele talvez nunca lute novamente. Quero ver este ser humano se dar bem na vida, porque ele precisa consertar alguma coisa. Não sei o que é, ele é um grande cara, gosto mundo dele para valer, mas ele precisa consertar algo em sua vida. Simplesmente há algo errado ali. Todos nós sabemos, mas eu não sou um médico. Não é meu trabalho descobrir o que está errado com ele. Meu trabalho é promover. Eu sou um promotor, eu promovo lutas. Mas se eu estivesse na sua equipe e fosse seu manager, ou cuidasse dele, tomaria uma rota completamente diferente com ele.
Toquinho negou ter segurado a posição além do necessário e ainda acusou o adversário de ter "se ensaboado" para dificultar sua pegada. Ele será julgado e, se for absolvido pela NAC, restará ao WSOF decidir se reinstitui o lutador e seu cinturão dos pesos-meio-médios, tirado dele como parte de sua punição. Abdel-Aziz garantiu que, se Toquinho retornar à organização, será vigiado de perto para assegurar que as polêmicas não se repitam.
- Se ele tiver alguma ajuda e voltar, e disser, "Estou saudável", vamos passá-lo por muitos testes e provavelmente vamos mandar alguém para vê-lo treinar. Vamos fazer muitas coisas. Não sei o que eu vou fazer, porque, agora, eu não acho que Palhares merece entrar no cage. Não é nada pessoal, mas eu não posso ter um cara entrando ali tentando machucar as pessoas. Isto são artes marciais, e somos artistas marciais. Eu e Ray (Sefo, presidente do WSOF) somos artistas marciais, é o que fazemos todos os dias. Mas é inaceitável o que ele fez.
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