Leandro Damião marcou um dos gols da vitória do Cruzeiro (Foto: AP)

Sufoco. Esta é a palavra que resume bem o que o Cruzeiro passou em Guayana, na Venezuela, na noite desta quinta-feira. Apesar disso, a Raposa venceu o Mineros por 2 a 0, conseguiu o primeiro triunfo na Taça Libertadores e assumiu a liderança isolada do Grupo 3. O técnico Marcelo Oliveira reconheceu a má exibição cruzeirense e valorizou o resultado obtido fora de casa. 

- Acho que nós jogamos muito mal. Nesses dois anos e pouco que estamos no Cruzeiro foi a pior partida. Até nos preparamos muito bem, o trabalho da semana visando um grande jogo. Não sei por que a gente não conseguia marcar e nem jogar. Levamos muito sufoco e ficou um jogo de kamikaze, podíamos fazer o gol no contra-ataque, mas teve momento em que podíamos tomar gol também. Organizamos um pouco melhor no segundo tempo, com a entrada do Charles passamos a marcar melhor, criamos chances de gol, pelo menos duas chances em contra-ataques. Mas é isso, às vezes, quando não se pode jogar bem, você precisa ganhar, e os três pontos foram importantíssimos. O Cruzeiro pode muito mais, por mais que o adversário tenha mudado de técnico e tenha uma motivação nova, fizemos muito pouco. Vamos nos preparar para os próximos jogos.  

O fato de, antes do jogo, o Cruzeiro ainda não ter vencido e sequer marcado gol nesta edição da Libertadores, e poder terminar a partida com o primeiro triunfo e a liderança do Grupo 3, serviu como tema da conversa de Marcelo com os jogadores.  

- Isso foi tema da preleção, a oportunidade que nós tínhamos hoje. Ainda não tínhamos feito gol na Libertadores, não havíamos ganhado na Libertadores e tínhamos a oportunidade de pegar a liderança isolada do nosso grupo. Da mesma forma, no Campeonato Mineiro, vamos observar o desgaste dos jogadores, mas é possível que eles estejam bem no domingo, e vamos com força total, esperando fazer um jogo melhor, mais envolvente, com mais marcação, como exige o futebol. Isso não é exigência minha. No futebol, tem que marcar mais, sair com mais qualidade, errar menos passes. Hoje não foi assim, mas foi uma vitória heroica.   

Se Marcelo reconheceu a má exibição cruzeirense em Guayana, o treinador também deu os créditos ao adversário, que entrou em campo motivado e deu muito trabalho.  

- Pelo que eu fiquei sabendo, a equipe do Mineros tinha alguns problemas, trocou de técnico, houve uma cobrança muito grande com relação aos jogadores. A gente ficou sabendo disso, que os jogadores dariam a vida hoje, pois com a derrota a classificação ficaria mais difícil para eles. Foi uma combinação de coisas, o adversário entrou muito forte, jogou muito bem, se jogasse sempre assim, teria uma sorte diferente na pontuação. O Cruzeiro entrou um pouco mole, um campo pesado, a bola correu pouco. Achei que isso não ia prejudicar em nada, mas erramos passes, nesse sentido. Mas o valor maior foi do adversário, que jogou muito bem, nos envolveu na marcação, nos ataques também. No segundo tempo, achei que melhoramos depois das substituições, tivemos um volume um pouco maior de jogo.  

Agora, o treinador conta com a viagem de volta para Belo Horizonte, durante toda a madrugada desta sexta-feira, para descansar os jogadores. A ideia é mandar força máxima a campo no domingo, contra o América-MG, às 18h30 (de Brasília), no Independência, pela nona rodada do Campeonato Mineiro.  

- A viagem, felizmente, é em voo fretado. Vamos viajar por toda a noite, acho que dá para os jogadores descansarem um pouco, amanhã tem uma folga, e sábado agente faz um trabalho muito curto, pois domingo vai ser o clássico, um jogo muito difícil também.