Internacional

Após encontro com Putin, Trump é criticado por oposição e aliados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu críticas de deputados e senadores republicanos e democratas após a reunião que teve ontem (16) em Helsinque (Finlândia) com o presidente da Rússia, Vladmir Putin. Ele foi criticado por ter aceitado as afirmações do líder russo de que nunca interferiu no processo eleitoral americano. 
 
Na última sexta-feira (13), a promotoria do país acusou formalmente 12 agentes da inteligência russa por hackear computadores da candidata Hillary Clinton em 2016 para prejudicá-la na disputa com Donald Trump.
 
Até mesmo aliados do presidente Donald Trump criticaram a postura do presidente norte-americano. Após uma reunião de quatro horas com Putin, Trump disse que não houve “conluio” entre ele e o chefe de Estado russo para favorecê-lo em 2016.
 
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, realizam uma coletiva de imprensa conjunta após a reunião (Foto: Grigory Dukor/Reuters)
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, realizam uma coletiva de imprensa conjunta após a reunião (Foto: Grigory Dukor/Reuters)

 

Críticas de aliados
 
A primeira reação foi do presidente da Câmara Paul Ryan. “O presidente precisa reconhecer que a Rússia não é nossa aliada", disse o republicano. Ele afirmou que Trump deveria ter confrontado o presidente russo durante a conferência de imprensa. 
 
O senador John McCain, republicano do Arizona, disse que a reunião em Helsinque foi um "erro trágico". "Nenhum presidente anterior jamais se rebaixou mais abertamente diante de um tirano", disse McCain, que preside o Comitê de Serviços Armados do Senado. Para ele, Trump provou ser não apenas “incapaz” como também “não querer resistir a Putin." 
 
No Senado, o líder da maioria, o republicano Mitch McConnell, disse que "os russos não são amigos” dos Estados Unidos e afirmou “acreditar inteiramente na avaliação da comunidade de inteligência dos EUA de que Moscou estava envolvida nas eleições”. 
 
A também republicana senadora Lindsey Graham disse no Twitter que o presidente Trump “perdeu a oportunidade de responsabilizar firmemente a Rússia pela intromissão de 2016 e apresentar um forte alerta para futuras eleições”.
 
Novas especulações
 
Entre democratas as críticas também foram imediatas e levantaram uma nova onda de especulações sobre os motivos que estariam por trás da postura de aceitação de Trump para com o presidente Putin. 
 
"A única explicação plausível é a possibilidade de o presidente Putin ter informações prejudiciais sobre o presidente Trump", disse o líder da minoria do Senado, o democrata Chuck Schumer. 
 
Desde o ano passado, quando surgiram as primeiras denúncias sobre a interferência da Rússia nas eleições, algumas notícias que circulam nas redes sociais associam a postura de Trump – de defender a Rússia e desqualificar as denúncias – como uma consequência de um suposto “dossiê” ou material que o governo russo teria sobre Trump.
 
O presidente norte-americano afirma que estas especulações são fake news, do mesmo modo que desqualifica as próprias investigações das agências de inteligência norte-americanas. 
 
A líder democrata na Câmara dos Representantes, deputada Nancy Pelosi escreveu uma mensagem no Twitter na mesma linha de outros líderes da oposição. “Todos os dias, me pergunto: o que os russos têm sobre @realDonaldTrump, [conta de Trump na rede social], pessoal, financeira e politicamente?”, questionou. 
 
Segundo Nancy, “só a resposta a essa pergunta” explicaria o comportamento de Trump e “sua recusa em enfrentar Putin”.

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