Economia

Currículo deve ser elaborado de acordo com a vaga, afirma especialista

Mercado de trabalho dá sinais de reação, mas saber como entrar nele é fundamental

O currículo profissional é a porta de entrada do candidato para o mercado de trabalho. Por este motivo, merece bastante atenção. “Com sinais de retomada da economia, está na hora de ir à luta por uma vaga no competitivo mercado”, destaca o coach de carreira e professor de gestão de pessoas da FGV Campinas, Jundiaí, Piracicaba e Americana, Vagner Sandoval.
 
Para ensinar a melhor maneira de explorar as habilidades e competências dos profissionais, o professor dá dicas e recomenda a melhor maneira de montar um currículo. Quem busca por uma colocação ou por novas oportunidades precisa estar atento para elaborar este documento e, para começar, é preciso dedicar tempo para fazê-lo.
 
Falar a verdade, somente a verdade e nada mais do que a verdade é essencial. “Os entrevistadores vão testar você e qualquer exagero, omissão ou inverdade pode terminar com suas chances. Se não fala inglês, não fez determinado curso ou não tem experiência, é melhor não incluir”, alerta.
 
Hoje em dia, a foto deve ser colocada somente se for solicitada. Também não se usa datar e assinar o documento. Número de documentos como CPF e RG, ou mesmo outros, como tipo da carteira de habilitação também só são usados se forem pedidos. Experiência em pacote Office e outros específicos para cada área de atuação devem ser incluídos em currículos com objetivos nestas vagas, como as de informática e tecnologia.
 
Saber como montar o currículo é essencial para ser competitivo. Veja as dicas do professor.
 
Primeiro, quem você é?
 
Primeiro de tudo, seu nome completo, data de nascimento, estado civil, endereço completo, telefones, e-mail e redes sociais devem aparecer organizadamente em destaque. A dica é que o endereço eletrônico esteja no nome do candidato. “Nada de apelidos como florzinha, gatinha ou musculoso ‘arroba’ alguma coisa. O currículo é um documento e deve ser elaborado de forma profissional”, ensina.
 
A preferência de contato para redes sociais é o LinkedIn. “Mas, por favor, mantenha seu perfil atualizado e atrativo. Também tome cuidado com a foto, que deve revelar seu interesse no mundo corporativo. Deixe as baladas ou fotos na praia para suas redes pessoais”, avisa Sandoval.
 
Depois, qual seu objetivo?
 
Segundo o professor, os recrutadores batem os olhos no currículo e já visualizam o objetivo. “Coloque apenas o cargo ou a área em que desejar atuar. Não é preciso usar palavras rebuscadas, como se escrevesse um ofício nem encher linguiça”, explica. Neste item, o foco é o segredo.
 
Terceiro, qual sua formação?
 
Comece pela formação mais recente e não precisa citar o ensino médio e fundamental, caso seja graduado. “Mas, atenção, explique o curso concluído, nome da instituição e ano de conclusão. Nesta etapa, você também pode relacionar todos os cursos relativos à função desejada para deixar claro ao recrutador seu conhecimento técnico e ganhar espaço no currículo lembrando-se de mencionar a instituição e o ano”, recomenda.
 
Em seguida, qual sua experiência profissional?
 
Para o coach, agora é hora de mostrar seu valor. Inclua cargo, nome da empresa, ano de entrada e saída, além das atividades desenvolvidas. “Aqui também vale a pena começar pelo seu último trabalho mencionando aqueles que estejam alinhados com seu objetivo profissional”, destaca.
 
Sandoval ainda revela a necessidade de colocar apenas as experiências mais recentes, caso o candidato tenha passado por muitas empresas. E caso esteja em busca do primeiro emprego, vale a pena colocar os estágios realizados, trabalhos voluntários ou atividades desenvolvidas para trabalhos acadêmicos.
 
“Se tiver ganhado prêmios ou conquistado algum reconhecimento por suas ações, destaque isso nesta seção. Isso salta aos olhos dos recrutadores”, alerta.
 
So, do you speak English?
 
O mercado de trabalho muitas vezes é impiedoso. Cada vez mais as vagas estão exigindo pré-requisitos indispensáveis. A fluência em um segundo idioma é um deles. “Por isso, é fundamental colocar o nível de entendimento na escrita e na fala da outra língua”, adianta o professor.
 
Enfim, boa sorte!
 
Por fim, de acordo com Vagner Sandoval, faça pelo menos três correções. “Um bom currículo perde seu valor diante de erros de português ou de digitação”. Ele sugere que o profissional peça, inclusive, ajuda para esta etapa. “E no mais, é não desistir de buscar, de procurar, de estudar e se manter competitivo”, conclui.

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