Política

Aécio torna-se réu no STF por corrupção e obstrução de Justiça

De acordo com a denúncia, Aécio pediu a Joesley Batista R$ 2 milhões em propina (Foto: Dida Sampaio)
De acordo com a denúncia, Aécio pediu a Joesley Batista R$ 2 milhões em propina (Foto: Dida Sampaio)

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça. A primeira turma do STF, composta pelos ministros Marco Aurélio Mello – relator -, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Alexandre de Moraes, decidiu aceitar por cinco votos a zero a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra senador por corrupção. No caso da denúncia por obstrução de Justiça o placar terminou 4x1, já que o ministro Alexandre Moraes votou contra. 

A decisão foi tomada com base no voto do ministro Marco Aurélio, relator do caso. Para o ministro, o fato de o senador ter sido gravado por Joesley e citar que tentaria influenciar na nomeação de delegados da Polícia Federal mostra indício dos crimes que teriam sido praticados por ele.
 
Alvos da mesma denúncia, a irmã do senador Andrea Neves, o primo de Aécio, Frederico Pacheco e o ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), Mendherson Souza Lima, flagrado com dinheiro em espécie, também se tornaram réus no processo. Todos foram acusados de corrupção passiva.
 
Segundo a denúncia, apresentada há mais de 10 meses, Aécio pediu a Joesley Batista, em conversa gravada pela Polícia Federal (PF), R$ 2 milhões em propina, em troca de sua atuação política. O senador foi acusado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
 
A obstrução ocorreu de “diversas formas”, segundo a PGR, como por meio de pressões sobre o governo e a Polícia Federal para escolher os delegados que conduziriam os inquéritos da Lava Jato e também de ações vinculadas à atividade parlamentar, a exemplo de interferência para a aprovação do Projeto de Lei de Abuso de Autoridade (PLS 85/2017) e da anistia para crime de caixa 2.
 
No início da sessão o advogado de defesa do senador Aécio Neves, Alberto Toron,  afirmou que os R$2 milhões pedidos por Aécio a Joesley era um empréstimo e que o simples fato dele possuir mandato no Senado não o impede de pedir dinheiro a empresários. Mas o caso de Aécio se tornou insustentável porque a transação do dinheiro foi feita em espécie e não por transferência bancária e transportar dinheiro em quantias volumosas, correndo todos os ricos, já deixa sob suspeita a operação.

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