Saúde

Cinco mitos e verdades sobre o ovo na alimentação

O ovo já foi considerado um vilão da alimentação por muitos anos. Algumas pessoas, inclusive, chegavam a jogar a gema fora ao utilizar o ingrediente. No entanto, novos estudos mostram que o ovo é rico em nutrientes e importante parte do cardápio humano. Confira alguns mitos e verdades sobre o alimento listados pelo especialista em nutrição otimizada para saúde e bem-estar pela Universidade Estadual de San Diego (EUA), Rodrigo Polesso.

MITO: comer ovos aumenta o colesterol
Apesar de o ovo ser rico em colesterol, segundo o especialista, ele não prejudica o corpo humano. “Existe uma diferença entre os alimentos que são ricos em colesterol e os que aumentam o índice de colesterol ruim no corpo. Isso foi mostrado na revisão científica de 2013 feita pela American Heart Association (Associação Americana do Coração) e o American College of Cardiology (Associação Americana de Cardiologia)”, diz. 

VERDADE: ovos podem aumentar a sensação de saciedade
De acordo com o especialista, quanto mais gordura houver no alimento, mais tempo dura a sensação de saciedade. Segundo ele, o ovo é uma boa opção porque não incentiva a produção de insulina, colabora para um “funcionamento mais correto dos hormônios do corpo” e permite emagrecimento mais natural.

Rodrigo não concorda com a ideia de se alimentar de 3 em 3 horas e acredita que o consumo de ovos pode reduzir a necessidade de ‘petiscos’ entre as refeições. “Precisamos voltar a fazer o que sempre fez sentido, comer quando temos vontade e até nos saciar e isso só é possível quando retomamos uma alimentação verdadeiramente correta que naturalmente controla nosso apetite e saciedade", completa.

MITO: ovos causam problemas cardíacos
Segundo o especialista, não há prova científica de que a ingestão de gordura saturada e colesterol aumentem os riscos de problemas cardíacos. Os maiores problemas cardíacos e de acúmulo de gordura no corpo se devem ao consumo exagerado de carboidratos refinados e processados, presentes em pães, açúcares e frutas, e também de óleos vegetais pró-inflamatórios, explica Rodrigo. Ovos, laticínios e carnes não contêm a substância.

“Existe um complexo sistema hormonal no nosso corpo que se desequilibra quando pecamos na nossa alimentação, colocando nosso corpo em estado de armazenamento de gordura e bloqueio da mesma, como acontece no caso do consumo exagerado de açúcares e produtos refinados, os quais descontrolam a ação do hormônio insulina no sangue, entre outras coisas", afirma. 

VERDADE: Ovos podem ajudar a emagrecer
Tanto ovos quanto carnes, óleos, sementes e oleaginosas, e até frutas ricas em gordura e baixa em carboidratos, como o abacate, podem ajudar o corpo a se reprogramar para não acumular gordura. O trabalho é facilitado se a pessoa diminuir o consumo de carboidratos refinados e processados especialmente quando o consumo de carboidratos refinados e processados é reduzido. 

“Se o corpo reduz a ingestão de carboidratos refinados e processados e ajusta o consumo de gorduras saudáveis e proteínas de qualidade, logo ele passará a queimar gordura naturalmente em vez de somente glicose (açúcar), e então passa a liberar as travas hormonais que dificultam o emagrecimento”, explica. Mas, veja bem, os carboidratos são importantes! É preciso apenas que eles não sejam a base exclusiva da alimentação.

MITO: não se pode comer mais que um ovo por dia
O ovo pode ser consumido em diversas quantidades. Não existe um limite ou uma evidência científica que impeça que uma pessoa coma mais de um ovo ao dia. No entanto, o especialista explica que, como qualquer alimento em excesso, comer muitos ovos pode trazer complicações. “Se você comer uma quantidade enorme de qualquer alimento diariamente, pode ter problemas diversos e isso se aplica a todo e qualquer alimento, por isso é sempre importante ter bom senso", diz.

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